Cirurgia Ortognática é a cirurgia para a correção das deformidades dos maxilares (maxila e mandíbula).
Objetiva levar os maxilares para uma posição que possibilite o paciente ter uma mordida (oclusão) adequada, uma face bonita (dentro dos padrões estéticos de beleza), respirando bem (via aérea ampla), com a ATM (articulação têmporo-mandibular) saudável e com saúde periodontal.
As duas coisas. A Cirurgia Ortognática busca uma reabilitação global do paciente, tanto na função mastigatória, fonatória, respiratória e da ATM, quanto na estética facial. São objetivos indissociáveis.
As principais indicações são:
A Cirurgia Ortognática está indicada para os pacientes em que apenas o tratamento com aparelhos ortodônticos não é suficiente para se ter um resultado satisfatório. Isso não quer dizer que a cirurgia resolve todos os problemas sozinha.
Trata-se de um tratamento que não se resume apenas ao ato cirúrgico e sim a um trabalho em conjunto entre o cirurgião, o ortodontista e outros profissionais da área de saúde, como fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista, entre outros.
Existe um período prévio de preparação de 18 a 24 meses, onde está incluído o tratamento com aparelho ortodôntico, fonoterapia e psicoterapia. Realizada a cirurgia, há um período de finalização em que é realizado o tratamento ortodôntico por mais 8 a 12, dependendo de cada caso.
As fases do tratamento são 3, sendo todas elas muito importantes pra o sucesso do tratamento.
Nesta fase serão realizados todos os tratamento necessários para que a cirurgia seja bem sucedida. O principal é o uso de aparelho ortodôntico fixo para alinhar os dentes e colocá-los na posição adequada para cirurgia. Pode também ser necessário o tratamento de cáries, a extração de dentes, fonoterapia e psicoterapia.
A segunda fase é a cirurgia propriamente dita. São necessários exames pré-operatórios, consulta com o anestesista e novos exames radiográficos.
A terceira fase consiste no "acabamento". São realizadas pequenas correções como finalização ortodôntica, restaurações nos dentes e, eventualmente, alguma cirurgia para alcançar o resultado final esperado.
A cirurgia é realizada através de cortes por dentro da boca que dão acesso aos ossos da face e maxilares. Em seguida, com uma micro-serra são realizadas osteotomias (cortes) nos ossos para que eles possam ser mobilizados e posicionados adequadamente. Através de medidas realizadas previamente, os ossos são colocados na posição adequada e, por fim, fixados com placas e parafusos de titânio (são biocompatíveis e não provocam rejeição).
Com os avanços tecnológicos, a grande maioria dos pacientes não fica com a boca amarrada. As mini-placas permitem uma fixação rígida dos ossos, o que dispensa o bloqueio maxilo-mandibular no pós-operatório, a famosa e temida "boca amarrada".
Equimoses (manchas roxas na pele), edema (inchaço), pequenos hematomas podem ocorrer e normalmente resolvem em 15 dias.
Dormência nos lábios, na região abaixo dos olhos e no queixo inferior é comum, podendo durar semanas, meses ou até anos. Em média a dormência desaparece entre 6 e 36 meses.
Má-oclusão é a complicação mais temida, porém, felizmente é bastante rara.
O paciente permanece 24 a 48 horas em observação hospitalar. Por ser uma cirurgia de médio porte, o paciente pode se sentir mais cansado e enfraquecido na primeira semana, porém com 15 dias normalmente retorna as suas atividades habituais.
Os pontos são retirados com 10 a 15 dias. Recomenda-se alimentação líquida e pastosa, durante, aproximadamente 45 dias, pois o paciente não pode mastigar neste período.
As deformidades dos maxilares são muitas e variadas. Levam a grandes dificuldades de respiração, fonação e mastigação, podem causar dores de cabeça e ouvido, além de alterações psicológicas muito severas.
A Cirurgia Ortognática é um processo em que trabalhamos em equipe (cirurgião, ortodontista, fonoaudióloga, entre outros profissionais da área de saúde) para alcançar uma melhora em todos estes aspectos. A palavra que melhor define todo este processo que envolve a Cirurgia Ortognática é “trabalhoso”. A cirurgia não dói como se imagina. A alimentação não é tão difícil. Porém, trata-se de um processo longo em que precisamos nos dedicar para alcançar o melhor possível. Esta cirurgia traz muita satisfação tanto para o cirurgião quanto para o paciente, pois os maxilares têm uma parte muito importante no aspecto psicossocial do paciente.
A Cirurgia Ortognática atua, portanto, não só na harmonia funcional e estética do paciente, mas também neste lado psicológico. A adaptação à nova face demora cerca de 3 meses. Em geral, após este período, os pacientes que trocam sua face antiga pela nova que gostariam de ter, passam a ser também novas pessoas, mais felizes. E isso é a beleza da Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial.